Você sabia que existe um dia específico sobre o estresse? É isso mesmo! 23 de setembro é o Dia de Combate ao Estresse e foi instituído para que a sociedade discuta seus efeitos, manifestações, além das formas de enfrentamento e prevenção.
Mas o que é, de fato, o estresse? Trata-se de uma resposta natural do organismo a situações desafiadoras ou ameaçadoras.
Até aí, tudo bem, mas quando essa reação se torna crônica ou desencadeada frequentemente por situações do dia a dia, tomando proporções exageradas, pode começar ter efeitos negativos na saúde física e mental.
Impactos do estresse no ambiente escolar
O estresse não escolhe pessoa, nem ambiente, nem idade para se manifestar. E pode ser visto desde muito cedo em crianças e adolescentes.
E são muitos os motivos para isso: a pressão acadêmica, as altas expectativas dos pais, a corrida para obter boas notas, a sobrecarga de tarefas escolares e a necessidade de se destacar em atividades extracurriculares. Tudo isso pode levar a uma carga emocional excessiva, desencadeando o estresse escolar e impactando de forma negativa no desempenho e desenvolvimento da aprendizagem de crianças e jovens.
“É fundamental jogar luz às questões que envolvem a saúde mental de crianças e adolescentes — especialmente por serem fases em que ocorrem mudanças profundas de transições físicas, psicológicas, bem como sociais, ainda mais depois do período atípico pelo qual todos passaram no auge da pandemia”, salienta a mestre e especialista em Educação, Claudia Levinsohn.
O estresse escolar pode afetar as crianças e jovens de diferentes maneiras:
- Física: dores de cabeça, problemas gastrointestinais, cansaço excessivo, tensão muscular, sudorese, alterações no sono e palpitações;
- Emocional: tristeza, raiva, ansiedade, irritabilidade, sensação de sobrecarga, falta de motivação e baixa autoestima;
- Cognitiva: lapsos de memória, dificuldade de concentração, pensamentos negativos recorrentes e dificuldade de tomar decisões;
- Comportamental: isolamento social, mudanças no apetite, evitação de atividades cotidianas, etc.
O resultado? Queda no rendimento escolar e baixa aprendizagem. “Observamos alunos com crise de ansiedade no pátio da escola, pessoas com síndrome do pânico nos consultórios médicos, e um grande número de casos de afastamento do trabalho por conta da síndrome de burnout. A discussão abrange tanto a performance dos profissionais no mercado de trabalho, sobretudo no mundo corporativo, quanto o desenvolvimento das crianças e dos adolescentes na escola”, destaca a mestre e especialista em Educação, Claudia Vieira Levinsohn.
Para enfrentar os impactos do estresse escolar, é fundamental que as instituições de ensino, os educadores e os pais trabalhem em conjunto.
A criação de um ambiente acolhedor, no qual o bem-estar emocional seja valorizado, é essencial para que os alunos possam ter uma aprendizagem saudável. “A atuação da família em parceria com as escolas é fundamental para a superação dos desafios”, enfatiza Claudia Vieira Levinsohn.
Como promover equilíbrio e bem-estar em situações de aprendizagem
O estresse escolar existe e tem sido cada vez mais comum no dia a dia de crianças e jovens. Mas a boa notícia é que é possível reverter esse cenário.
Medidas como a promoção do diálogo aberto sobre as emoções, por exemplo, a flexibilização das metodologias de ensino e o incentivo ao aprendizado significativo podem contribuir para a construção de um ambiente escolar mais saudável e estimulante para todos os envolvidos.
Em casa também é importante que os pais estejam atentos ao equilíbrio entre a vida escolar e o tempo para brincar e relaxar. Criar um ambiente familiar que valorize a comunicação aberta e afetiva permite que crianças e jovens se sintam mais seguros para expressar suas emoções e preocupações.
Segundo a mestre e especialista em Educação Claudia Vieira Levinsohn, independente da faixa etária, o período de afastamento das atividades obrigatórias do dia a dia é tão importante quanto a atuação no trabalho, na faculdade e na escola. “É o momento de aliviar a fadiga física, o estresse e o cansaço emocional”, ressalta.
Disponibilizar profissionais de saúde mental na escola, como psicólogos, também é uma forma valiosa de oferecer apoio individualizado aos alunos que estejam passando por momentos de estresse escolar e ansiedade mais intensos. “É fundamental olhar cada aluno individualmente, de forma a torná-los confiantes sobre suas competências e cientes de suas fraquezas, para maximizar seu sucesso em sua futura vida profissional”, completa Claudia Levinsohn.
Cuidar da saúde emocional dos estudantes não apenas melhora a qualidade de seu aprendizado, mas também contribui para o desenvolvimento de indivíduos mais resilientes e equilibrados.