VLT, BRT… Você sabe o que significa cada uma dessas siglas?
O VLT é o Veículo Leve Sobre Trilhos, ou seja, um sistema de transporte público que opera em trilhos e é frequentemente considerado um intermediário entre ônibus e metrô.
Já o BRT ou Bus Rapid Transit é um sistema de transporte baseado em ônibus projetado para oferecer viagens eficientes e rápidas. Combina a eficiência e a capacidade de um sistema de metrô com a flexibilidade e a acessibilidade dos ônibus convencionais.
Surgimento do BRT e VLT
O Bus Rapid Transit (BRT) e o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) representam marcos significativos na evolução do transporte público urbano.
Ambos os sistemas têm raízes históricas distintas e surgiram como respostas aos desafios crescentes de mobilidade nas cidades em rápido crescimento.
O BRT surgiu no Brasil, mais especificamente em Curitiba (PR), na década de 1970. A cidade enfrentava problemas de tráfego e congestionamento, e o urbanista Jaime Lerner introduziu um sistema inovador de transporte público. O BRT de Curitiba foi pioneiro em várias características-chave, incluindo faixas exclusivas para ônibus, estações de embarque niveladas e pagamento antecipado. O sucesso do sistema inspirou outras cidades ao redor do mundo, que passaram a adotar a abordagem do BRT para melhorar a mobilidade urbana.
Já o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) tem raízes mais antigas, remontando aos sistemas de bondes que surgiram no século XIX em cidades como Londres e Nova Iorque, e que circularam nas cidades brasileiras até os anos 1960. No entanto, o ressurgimento do VLT como solução moderna ocorreu nas últimas décadas.
Tanto o BRT quanto o VLT são sistemas de transporte que atendem uma demanda intermediária. Segundo empresas do setor de transporte público, eles operam levando de 10 a 30 mil passageiros por hora e sentido, o que representa mais do que os ônibus convencionais e menos do que o metrô pesado.
Principais diferenças entre BRT e VLT no transporte público
A escolha entre BRT e VLT no transporte público urbano é uma decisão crucial para as cidades que buscam melhorar a mobilidade de seus habitantes.
Cada sistema possui características distintas que atendem a diferentes necessidades e circunstâncias urbanas. Mas qual deles pode ser a melhor opção?
No caso do BRT, as vantagens são:
– Flexibilidade: é flexível e adaptável às necessidades da cidade. Suas rotas e estações podem ser ajustadas rapidamente, tornando-o uma escolha conveniente para áreas urbanas em constante mudança;
– Custo x efetividade: geralmente é mais econômico para implementar em comparação com o VLT. Isso o torna uma opção atraente para cidades com recursos limitados;
– Capacidade de passageiros: com ônibus articulados de alta capacidade, o BRT pode transportar um grande número de passageiros, tornando-o adequado para áreas densamente povoadas;
– Acessibilidade: as estações de BRT são projetadas para serem acessíveis a todos os passageiros, incluindo pessoas com mobilidade reduzida;
– Rapidez: O BRT frequentemente opera em faixas exclusivas, o que reduz os tempos de viagem e oferece uma alternativa atraente ao tráfego congestionado.
Já o VLT oferece os seguintes benefícios:
– Velocidade e confiabilidade: é conhecido por sua velocidade e confiabilidade devido à sua separação física das vias, tornando-o menos suscetível a congestionamentos;
– Conforto: oferece um nível de conforto superior em comparação com os ônibus, com ar-condicionado e assentos confortáveis;
– Eletrificação: a maioria dos VLTs é alimentada por eletricidade, o que os torna mais sustentáveis em termos de emissões de carbono;
– Capacidade limitada: geralmente têm uma capacidade de passageiros menor do que os BRTs, o que pode ser um desafio em áreas de alta densidade populacional;
– Custo de implementação: os sistemas de VLT são geralmente mais caros para serem implementados do que os sistemas de BRT, o que pode ser um fator limitante para algumas cidades.
A escolha entre BRT e VLT depende das características e das necessidades específicas de cada cidade. Cidades em crescimento rápido, com recursos limitados e necessidade de mobilidade urbana flexível, podem encontrar no BRT uma solução eficaz e econômica. Por outro lado, áreas urbanas que valorizam velocidade, conforto e sustentabilidade podem optar pelo VLT. “Em comparação com trens e metrôs, presos aos trilhos, os ônibus têm muita flexibilidade favorecendo a capilaridade do sistema de transporte público”, salienta o diretor da Viação UTIL, Jacob Barata Filho.
Nesse sentido, muitas cidades estão adotando uma abordagem híbrida, integrando BRT e VLT em suas redes de transporte público para tirar o melhor proveito de cada sistema em diferentes rotas. “A rede de transportes deve ser plural e todos os meios devem ser tratados isonomicamente para garantir um padrão de qualidade uniforme em todo o sistema”, completa Jacob Barata Filho, diretor da Viação UTIL.
A escolha ideal deve ser baseada em um planejamento cuidadoso que leve em consideração as necessidades dos passageiros, o desenvolvimento urbano e a disponibilidade de recursos.